Na virada, Marcelo Camelo

O show na Av. São João começou exatamente à meia-noite. A esquina da Avenida com a Rua Vitória estava lotada; quase não havia espaço entre as pessoas, e até as árvores serviram de camarote especial para os fãs de Marcelo Camelo.

De acordo com a Abril.com, Mallu Magalhães estava no canto do palco e ganhou um beijo "apaixonado" (eufemismo para "de língua"?) do cantor ao fim do show. O site também informa que os fãs jogaram confete e serpentina durante a "Copacabana".

Mas eu não vi nada disso. O mar de cabeças só me permitia ver o Marcelo quando fiquei na ponta do pé. Apesar de a vista não ser muito boa, o som do show estava muito bom; pude ouvir todas as músicas e os comentários dele com clareza e qualidade.

A maior parte do repertório foi tirada do álbum solo de Camelo, o "Sou/Nós", mas ele também tocou músicas suas com a banda Los Hermanos: "Pois é", "Morena" e "Além do que se vê". Esta fechou o show e foi precedida pelo pedido do cantor: "Quem conhecer essa cante comigo, porque não quero cantar sozinho". A plateia correspondeu e cantou sozinha a primeira parte da música.

Camelo interagiu diversas vezes com o público. Primeiro contou de sempre ouvir falar sobre a energia da Virada Cultural e que ela realmente era "incrível". Disse para os fãs: "Vocês estão lindos daqui de cima" e elogiou a paisagem de prédios. Quando tocou "Doce Solidão", brincou com os que não sabiam assobiar um dos pedaços da música. Depois, repetiu a melodia do pedaço dos assobios e pediu para os fãs acompanharem. Em um dos intervalos, mandou um beijo ao presentes com as duas mãos, depois de falar "Ó pra vocês, ó".

Quase ao fim da apresentação, um coro de reprovação com o anúncio da "última música" veio da plateia. Para nossa satisfação, Marcelo Camelo lamentou "Ah, também não queria ir [embora]". O show de menos de uma hora de duração acabou com o público se dispersando ao som da parte instrumental de "Além do Que Se Vê", que continuou tocando mesmo após a saída do cantor do palco.