
Há momentos na vida de uma mulher preguiçosa em que ela finalmente decide não fazer algo mais divertido - como comer, dormir, observar a parede - para arrumar o armário. E durante essas horas difíceis da vida, ela percebe uma série de coisas:
- não usa 90% das roupas;
- pelo menos 50% delas são de gosto duvidoso;
- como suspeitava nas ocasiões de desespero pré-alguma saída, NÃO, ela não tem o que usar;
- 90% das calças, saias e shorts não sobem mais a linha da coxa que PRECEDE a bunda - agora de tamanho assustador;
- não houve força de vontade suficiente para, "2 kg atrás", perder 2 kg - e agora a soma são 4 kg acima do peso;
- as promoções e liquidações estão acabando e ela não aproveitou para comprar roupas de bom gosto para o novo look "engordei 20 kg";
- as "férias" estão acabando também, o que a lembra dos 20 livros que se prometeu ler e não leu;
- o que remete aos planos de ser uma aluna melhor, os quais não foram cumpridos;
- o que remete aos planos de ser uma profissional melhor, os quais estão lentamente em curso e, provavelmente, não sendo cumpridos;
- o que remete às resoluções de ano novo que, já em fevereiro, não estão sendo cumpridas;
- o que remete à demora para sair daquela posição confortável e realmente ir atrás das coisas que decidiu ser melhores para ela em 2010;
- o que remete ao porquê de todas essas preocupações de enquadramento social e a como a sociedade seria diferente se houvesse outro sistema econômico vigente.
E aí, quando nossa mulher preguiçosa e exausta acorda desses devaneios, percebe que ainda há muito o que limpar e decide que talvez seja melhor deixar tudo isso pra amanhã.
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