Olha, sinceramente, não sei mais. Calma, tenho bons argumentos. Tudo começou (há um tempo atrás, na ilha do sol) com a constatação de uma amiga: “Fui muito burra de continuar com ele depois de tudo que ele me fez”.
Vocês não conhecem a história (e não cabe contá-la aqui, neste momento), mas suponham que, ao longo da relação, o parceiro acusado tenha, de fato, tido comportamentos deploráveis. Insistir num erro desses faz dessa minha amiga burra?
Mas, pera lá, o que é um erro? Existe certo ou errado? Podemos apenas ter relacionamentos com pessoas “certas” para nós, que preencham os requisitos detalhados numa prancheta? Elucubrações fantasiosas à parte, consideremos então que o moço e seu modo de se relacionar sejam um erro.
Ela foi tapada, burra, bastarda, inglória e vagabunda de ter insistido? Isso significa mesmo que ela não tenha amor próprio e merece chibatadas da vida para aprender a se valorizar? Não. Existem inúmeros motivos pelos quais esse fenômeno acontece, e cada um tem o seu.
Sabe quando, na praia, o pai avisa que o mar está bravo, que é perigoso se aventurar nas águas salgadas? E a pessoa vai mesmo assim? Começa a se distanciar, vê o pai acenando freneticamente e, por algum motivo, crê que tudo dará certo, que o mergulho será gostoso? Depois de tomar um caldo, engolir água e quase morrer, o ser iluminado percebe que não, o mar continuará bravo e, se não sair, o engolirá.
É isso. Há momentos na vida em que é necessário ignorar todos os sinais e tentar ao máximo para, depois, entendermos nossos limites, vermos como as pessoas são diferentes e podem nos fazer muito mal. Vermos como estamos nos posicionando, se de fato estamos deixando de nos valorizar, enfim, inúmeras questões. O lobo está vestido de cordeiro; não sabemos se vimos um canino mesmo, ou se nossos olhos nos pregaram peças.
Depois do caldo, aí sim ela aprende o que foi um devaneio e o que era o focinho do predador. Conquista a reserva, a reflexão, o aprendizado. Na próxima aventura aquática, minha amiga entrará no mar aos pouquinhos e de boias nos braços.

Essa amiga sou eu??
ResponderExcluirPorque se for, preciso fazer um post complementar para explicar q a minha burrice foi além de "errar para aprender" muuuuuito além!
é vc. GOD, eu tava tentando preservar sua identidade...
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