sexta-feira, 2 de julho de 2010

Metáforas diárias: Episódio 2. O Banho

17h41. Estela chegava do trabalho após um dia cheio de “pepinos” e um exaustivo tempo no trânsito. Tirava a chave da porta, colocava sua bolsa na mesinha e os sapatos na lateral do sofá. Seguia direto para cozinha, onde tirava as panelas de comida da geladeira acompanhada de suas bolachas recheadas que seguiam automaticamente para sua boca. Apenas duas ou três. Seguiu para o quarto onde tirou suas roupas e as colocou na cadeira. Avistou um espelhou e parou um instante para se observar. Não estava combinando. A calcinha era do tipo corriqueira e confortável, sem intenção de ser vista. O sutiã era chamativo e esbelto. Aumentava em 1/3 seus seios. Ao removê-lo pode vê-los como realmente eram: medianos, separados e de “personalidade própria”, concluiu. No seu todo viu uma mulher de volumes localizados em partes desproporcionais do seu corpo, detalhes que suas roupas muito bem pensadas não a deixavam perceber. Desmarcara a depilação nos últimos dois sábados, por motivos óbvios. Assim de perto não parecia tão mulher, sua maquiagem estava suada e não havia colocado brincos naquela manhã. 17h57. Precisava tomar banho. Se prometeu, então, acordar cedo todos os dias, freqüentar a academia do prédio e marcar finalmente aquela depilação. Entrou no banheiro e ligou o chuveiro, nesse momento escutou a porta da sala se abrir. Lembrou aliviada que as panelas de comida já estavam fora da geladeira. Tirou a calcinha e entrou no chuveiro.

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