Estava trabalhando ontem à noite, quando achei no Google Docs um arquivo chamado “conversa”. E, é claro, decidi fazer uma pequena pausa pra ver o que era. A conversa entre mim e o meu ex era de cinco dias após nosso término, e mesmo se não tivesse uma data no Docs, a angústia das minhas mensagens já deixaria claro o quão recente tinha sido o fim. Confesso que foi muito triste de se ler. Um misto de vergonha e pena de mim mesma.
Em pouco tempo, tudo daquele momento veio à tona. Como estava o dia, quais eram meus pensamentos na hora, como eu falei dessa conversa depois e provavelmente mostrei pra alguém. Mas não sei quem. A cada coisa que eu dizia no passado, me vinha no presente uma careta ao rosto e aquele pensamento horrível do irremediável “Nããão! Por quêêê? Por que você disse isso?”.
E o que eu mais quis era aparecer lá no dia 30 de junho de 2009, mexer nos meus longos cabelos que hoje não tenho mais, deitar a bochecha no topo minha cabeça e falar para a coitada que digitava: “Não adianta se justificar agora. Não adianta convencê-lo de nada agora. Já foi. Ele não quer ter essa conversa, você percebe? Qualquer gentileza dele neste momento são migalhas que você não quer. Não se humilhe, vai dar tudo certo. Em menos de três meses você não vai querer mais vê-lo pela frente e vai viver um monte de coisas. Esse momento aqui não serve pra nada”.
Mas a gente sabe que isso é uma grande besteira. É claro que serviu pra me fazer quem eu sou hoje e bla bla bla, tudo aquilo que já sabemos. O que me ocorreu agora é que a humilhação do passado é o que torna ainda mais vitoriosa a conquista futura. É a cereja do bolo da superação. E tá ótimo assim.
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