
Ontem minha amiga Mrs. Cia Lazer comentou comigo “Nossa, você fala bastante a palavra ‘odeio’, né?” e eu respondi “É mesmo? O que eu falei agora que odeio?”. Pronto, esse foi o sinal de que jogo tanto essa palavra fora que nem me lembrava de tê-la dito.
A Mrs. Cia Lazer odeia Hitler e o casal Nardoni, isto é, só usa a palavra associada a um real sentimento de ódio. Pra mim, não. Quando nosso amigo Sr. Ranzinza enche meu saco, logo digo “Ai, te odeio!” ou “Você é escroto”.
Entretanto, “escrota” é uma palavra fortíssima para Mrs. Funny, que quando me elogia com “Que bacana!”, me dá a impressão de ter dito “Pué, pué, crap”. Ela chama a melhor amiga, Mrs. Big Head, de cabeçuda, termo horripilante no meu mundo de significação.
E assim são as contradições semânticas do nosso léxico pessoal. Quanto mais convivemos e conversamos com alguém, mais o mundinho dela se desvenda aos nossos olhos.
Conversar pra mim é isso: descobrir e conhecer tanto o outro como nós mesmos. É uma troca de experiências, de mundos e de significações. Sem isso, confinamo-nos a nós mesmos: o ser mais equivocado, justamente por estar inserido nele mesmo e acreditar nos próprios elementos que o respaldam.
Em minha opinião, nunca se questionar é ignorância. Tomar como verdadeiro algo em que se acredita (porque nunca se sabe tudo) também*. Acreditar na própria interpretação de atos e falas, portanto, é equivocado. Se aprendi algo com meus longos anos de namoro e de amizades é a necessidade de “checar” com o outro o que ele quis dizer.
Senão, seremos todos cabeçudos, escrotos e odiados. E isso não é bacana.
*Aí tem uma discussão sobre fé e tralalá que fica pra outro dia. O que quis dizer é: acredito numa coisa, mas sei que posso me descobrir errada.
A Mrs. Cia Lazer odeia Hitler e o casal Nardoni, isto é, só usa a palavra associada a um real sentimento de ódio. Pra mim, não. Quando nosso amigo Sr. Ranzinza enche meu saco, logo digo “Ai, te odeio!” ou “Você é escroto”.
Entretanto, “escrota” é uma palavra fortíssima para Mrs. Funny, que quando me elogia com “Que bacana!”, me dá a impressão de ter dito “Pué, pué, crap”. Ela chama a melhor amiga, Mrs. Big Head, de cabeçuda, termo horripilante no meu mundo de significação.
E assim são as contradições semânticas do nosso léxico pessoal. Quanto mais convivemos e conversamos com alguém, mais o mundinho dela se desvenda aos nossos olhos.
Conversar pra mim é isso: descobrir e conhecer tanto o outro como nós mesmos. É uma troca de experiências, de mundos e de significações. Sem isso, confinamo-nos a nós mesmos: o ser mais equivocado, justamente por estar inserido nele mesmo e acreditar nos próprios elementos que o respaldam.
Em minha opinião, nunca se questionar é ignorância. Tomar como verdadeiro algo em que se acredita (porque nunca se sabe tudo) também*. Acreditar na própria interpretação de atos e falas, portanto, é equivocado. Se aprendi algo com meus longos anos de namoro e de amizades é a necessidade de “checar” com o outro o que ele quis dizer.
Senão, seremos todos cabeçudos, escrotos e odiados. E isso não é bacana.
*Aí tem uma discussão sobre fé e tralalá que fica pra outro dia. O que quis dizer é: acredito numa coisa, mas sei que posso me descobrir errada.
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