terça-feira, 24 de novembro de 2009

RP “Top 5: Revolução Cock and Tales”

Achei tudo isso muito relevante. Nem todas as músicas de que gostamos são engajadas socialmente ou possuem propostas inovadoras ou complexas musicalmente. Nem todos os livros que lemos são obras clássicas merecedoras de prêmios Nobel. A arte não precisa ser sempre uma grande aquisição intelectual. Acredito que tudo serve pra algum propósito, cada coisa em sua hora.

Há situações em que eu escolheria ler Clarice porque preciso me reavaliar, repensar profundamente minhas ações e meus pensamentos. Noutros, Ruy Castro, pra conhecer a vida e obra de alguém. Gabriel García Márquez pra me embasbacar. Mas tem momentos em que não tenho cabeça pra nada, então vou ler "O Diário de Bridget Jones", que é engraçadíssimo e sempre me faz sentir melhor.

Se quiser um momento romântico, ouço "Walking After You", do Foo Fighters. Se estiver brava ou meio chateada, tenho uma vibe meio anos 90, procuro ouvir Bush ou Alanis ("Jagged Little Pill"). Quando estou feliz e me sentindo bem comigo, Red Hot Chili Peppers. Se for andar/correr no parque, black music. Pra descer até o chão, Britney, Lady Gaga, funk-tou-sem-calcinha. Pra ter um momento quente a dois (whaaat?), Audioslave sempre does the trick. Lógico que essas também são generalizações, cada banda tem sua música triste, feliz, sexy ou brava.

As pessoas precisam entender que ler a saga do “Crepúsculo” não impede ninguém de se deleitar intelectualmente com “Os Sertões”, não o torna mais ou menos fútil. Ir pra Porto Seguro não faz de você um axezeiro de primeira, nem uma vagabunda, nem um drogado. Fazer uma coisa, gostar de algo, ir a algum lugar, por si só, não pode, nem deve ser um determinante de personalidade, nem de caráter. É possível sim gostar e respeitar manifestações artísticas marginalizadas pelo circuito cult e, ao mesmo tempo, apreciar e entender em toda sua intelectualidade as obras aceitas no nosso meio preconceituoso de classe média.

E é aí que entra nosso blog. Sou aluna de jornalismo sim, quero ingressar no mercado, me provar capaz, ter um portfólio online e provar aos meus empregadores que sou uma profissional de diferentes mídias. Mas também sou eu mesma, sou mulher, jovem, fútil, profunda, chata, legal, preocupada, desencanada, irritada, doce, tantas coisas ao mesmo tempo, que não consigo ser uma só. E nem a Paula. E nosso blog é isso, é tudo que somos e, ao mesmo tempo, não é nem a ponta do iceberg.

É sobre peguetes e “que-cara-é-mais-gostoso?”? É, mas não é sempre isso. Tem posts autoajuda? Tem. Tem reflexões profundas sobre paradigmas sociais? Tem, caralho. Tive minha época introspectiva (e ao mesmo tempo de me jogar nas baladas) em que escrevi de uma forma totalmente diferente da de agora, que é mais livre e oral. Cada texto, cada gênero tem seu momento. Eu não preciso e nem devo ser literária ou jornalística 100% do tempo. Quero escrever “conversando” agora? Então vou escrever a merda que eu quiser. Quero fazer um conto ou um poema ruim? Faço. Estou num momento brega de fera ferida? Vou falar sobre isso.

Essa sinceridade que nós temos aqui no Cock não nos torna menos relevantes que a menina de Cuba. Só não vamos sair no jornal ou termos a exposição que se dá a um fato relevante para o resto da sociedade. Nosso blog também não muda a vida de ninguém além da nossa. E só por isso ele não deveria existir? Pluralidade é isso, galera.

Duas pessoas me irritaram recentemente. Uma, que não me conhece, me definiu como “doidinha” pelo que escrevi no blog (isso SE a pessoa se deu ao trabalho de LER quem assinou o post), e outra, que não faz parte mais do meu dia-a-dia, me informou de que eu “e as pessoas com quem eu ando” nos focamos demais em relacionamentos e racionalizamos demais sobre sentimentos.

Aos dois idiotas, meus pêsames. Um não faz ideia de quem eu sou e o outro não faz ideia de todos os meus assuntos. Só porque eu posto o mesmo tipo de conversa ou sei lá o que, não significa que seja só isso, né, gente? Pelo amor de deus. Eu odeio ser generalizada, mas uma coisa é verdade: relacionamento humano me interessa. Desde analisar histórias de amor, amizade ou família, até repensar culturas e padrões psicológicos. E, pelo menos superficialmente, acho que isso se expressa aqui. E em nenhum momento eu consideraria isso inferior ao conteúdo do blog da Yoani. São duas coisas completamente diferentes e sem comparação.

É isso que eu tinha pra dizer. Parabéns aos poucos interessados que sobreviveram ao post gigante.

5 comentários:

  1. Hora de fazer revolução! Gostei do que escreveu!
    Parabéns pelas escolhas e espero que alcance seus objetivos sempre! Bjos!

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  2. Brigado pelo parabéns por ter sobrevivido ao post gigante... Acho q foi o 2° post mais legal...

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  3. yaaayy que lindos, vocês!
    super achei que ninguém ia ler meu post gigante.
    beijos

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  4. obs. qual foi o 1º post mais legal?

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  5. Super achei legal o post...
    Amadurecimento meu bem!! Parabéns!!
    "Não existe o certo ou o errado...apenas olhares de ângulos diferentes"...acho que é isso!
    Continue escrevendo...eu amo...te amo!!
    super beijo imenso

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