sábado, 25 de julho de 2009

Sweet Home Alabama

Quando passo em frente ao BicBanco da Paulista, lembro daquela Chapinha que bebíamos. Andávamos, andávamos, conversávamos, conversávamos, sem um puto no bolso, sem programa pra cumprir. E daquela vez fomos descansar naquelas escadinhas de pedra marrom clara.

Não lembro se algo importante foi dito. Aliás, sempre eram conversadas coisas importantes. Mas aquele dia me marcou bastante. Estava friozinho. Lembro da sensação de paz, de completude, de unicidade e cumplicidade com as decisões que a vida toma. Minha rebeldia dormia.

Às vezes o fim de algo nos faz questionar a veracidade do que vivemos. Após três anos, teria distância o suficiente para dizer que me enganei, que mentimos um pro outro, que fomos falsos. Mas não posso. Acredito muito na intensidade daquela amizade que eu tinha como certo, dentro de mim, durar até que tivéssemos setenta anos.

Por um lado, julgo minha mágoa e penso que fui egoísta (este tem sido o assunto do momento, não?). Quero as pessoas pra mim, independentemente de fazê-las bem? Que coisa feia. Por outro lado, não tem jeito: eu merecia uma explicação. Merecia o pouco conforto que o entendimento e a aceitação poderiam me oferecer naqueles tempos difíceis.

Mas o que vivemos foi muito bom. Conheci meus filmes preferidos, interagimos com uma conexão sem igual, fomos comparsas do crime, dividimos um sonho, provamos que é possível viver muitas coisas com apenas R$ 6,00 no bolso.

Numa realidade paralela, ainda nos vemos, gritamos “eu te amo” do prédio mais alto de São Paulo, andamos na rua com as bocas sujas de açaí e desenhamos no paint como vemos a vida, como ela é 3boba and we love it.

Lieutenant Daniel Taylor: Where are you boys from in the world?
Forrest Gump, Bubba: Alabama, sir!
Lieutenant Daniel Taylor: You twins?
Forrest Gump: No, we have no relations, sir.

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